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Micose nas unhas: livre-se desse mal

Siga as dicas para manter suas unhas saudáveis

Micoses nas unhas estão entre os problemas mais comuns que causam perda de saúde e da beleza nas mãos e pés. Unhas infectadas por fungos ficam irregulares, escuras ou brancas, opacas, descamam e dificultam a aderência dos esmaltes. E o pior: mais da metade das lesões é resistente aos antifúngicos indicados pelos médicos e tendem a recorrer após os tratamentos, tornando-se crônicas.

Os fungos que causam as agressões nas unhas com maior frequência são os que também causam infecção na pele. Em geral, eles penetram nas unhas porque há uma lesão, chamada de porta de entrada. Aí chegando, na maioria das vezes, eles se localizam na placa ungueal, a estrutura onde a matriz ungueal se forma. Nesse local, que fica em baixo de toda lâmina ungueal, os fungos ficam mais protegidos, e por isso, é mais difícil para os antifúngicos atingi-los e eliminá-los.

O ideal é prevenir as micoses ungueais, em vez de tratá-las. Micoses surgem, na maior parte dos casos, porque as pessoas não tomam os cuidados necessários no dia a dia, ou ao fazer as unhas. Medidas simples podem fazer toda diferença:

Antes de fazer as unhas, lave as mãos ou os pés com sabão neutro e depois passe um algodão com vinagre. A maioria das micoses é causada por fungos que estão na pele. Medidas simples, como lavar as mãos, eliminam parte dos potenciais agressores. O vinagre neutraliza o resto, pois recupera o pH ácido da epiderme, que o sabão altera, e que é importante para as defesas da barreira cutânea.

Após a lavagem descrita acima, aplique óleo de gergelim (ou de linhaça) usando um algodão ou um pincel, nas unhas e dedos, enxugando muito bem em seguida para não ficar oleoso. Esses óleos são fontes de ácidos graxos essenciais que dificultam a adesão de microorganismos na pele. Sem fazer adesão, os fungos não conseguem penetrar e causar doença. Dessa forma, você dificulta ainda mais qualquer invasão de microorganismos durante os trabalhos da manicure. Após esses dois itens, sua unha estará pronta para ser trabalhada pela manicure com toda segurança.

Esterilize sempre os instrumentos e unha antes de usá-los e exija da manicure instrumentos exclusivos para seu uso. Uma fonte comum de fungos parasitas das unhas é, também, a pele alheia. Você não deve compartilhar alicates e tesouras com outras pessoas e, para maior segurança, mesmo assim, deve pedir para que os instrumentos sejam esterilizados. Quando os instrumentos de cuidado com as unhas estão contaminados, há uma boa chance de passarem a infecção para você.

Peça à manicure para aplicar óleo de cravo em sua unha, sempre antes de aplicar esmalte, ou mesmo após removê-lo, sem nova aplicação. Os cuidados com a unha, cortando, lixando ou removendo os resíduos de cuidados anteriores, causam micro-lesões nas unhas que funcionam como porta de entrada. O óleo de cravo ajuda a reparar essas lesões e aumenta a resistência da queratina à invasão. Esse cuidado é conhecido há mais de 5 séculos e usado até hoje por boas manicures.

Nunca retire com alicate e traumatize as cutículas das unhas. As cutículas são locais que formam pequenas reentrâncias ideais para albergar agentes parasitas. Quem traumatiza as cutículas gera portas de entrada para que a unha fique contaminada e o fungo possa se disseminar até chegar na placa ungueal. Remova apenas as peles que já estão se despendendo. Você pode também usar um produto removedor de cutícula, sem o trauma físico de alicates e outros instrumentos de metal.

Faça um chá com cavalinha e calêndula e banhe as unhas uma vez na semana. Essas plantas reforçam as unhas e também combatem fungos. Assim, se existe algum microorganismo que tenha conseguido penetrar mesmo com todas as medidas anteriores, ele será eliminado.

Se você tem unhas fracas e quebradiças ou tem história familiar de micose nas unhas, siga também os conselhos para aumentar a força das unhas. Quem tem unhas fracas ou história familiar de micoses, deve se cuidar muito, ou certamente acabará com várias unhas comprometidas depois da terceira década de vida. Além de fazer religiosamente as sugestões acima, a pessoa deve ler os conselhos para aumentar a força das unhas que transmito na seção Doutor UB no site Unha Bonita, ou no meu próprio site.

Se você tem imunidade fraca, ou é portador de problemas de saúde que afetam a imunidade, deve também fazer uso de imunomoduladores. A presença de micose em várias unhas de pés e mãos é um sinal de redução da imunidade reconhecido pela medicina. Assim, os portadores de diabetes, cirrose, insuficiência cardíaca ou renal, possuem uma grande tendência a desenvolver micose em todas as unhas. Pessoas que percebem que sua imunidade está ruim devem procurar introduzir em sua alimentação produtos naturais que melhoram a imunidade, como alho, cogumelos (principalmente o shitake, o maitake e o cogumelo do sol), própolis, geléia real, limonada suíça e gengibre.

Contudo, infelizmente, as mulheres só se dão conta como micoses nas unhas são um problema difícil de lidar, e como podem comprometer a beleza de suas unhas, depois que já estão com o problema instalado. Numa quantidade significativa das pessoas que desenvolvem micose nas unhas, essas infecções se tornam crônicas, renitentes, resistentes aos tratamentos, e vão gerando deformidades progressivas nas unhas acometidas, o que é fonte de grande desconforto. Assim, vale alguns conselhos para os portadores das micoses ungueais, chamadas de onicomicoses pela medicina, para associar ao tratamento convencional que será aplicado pelo dermatologista.

Faça todas as medidas para a prevenção sugeridas acima. O surgimento de micose numa unha pode significar que você tem alguma predisposição ou fator de risco para esse problema. As unhas afetadas podem servir de fonte de infecção de outras unhas na mesma pessoa. Usando esses conselhos preventivos, você evita que o problema se alastre.

Faça o banho com chá quente de cavalinha e calêndula na unha afetada todos os dias. Além de potencializar muito o efeito dos ativos das plantas na unha, o banho no infuso quente aumenta a circulação sanguínea no leito ungueal, que melhora as defesas orgânicas locais, e também aumenta a biodisponibilidade de drogas antifúngicas que eventualmente a pessoa esteja tomando por indicação de seu médico.

Após o banho de ervas, aplique óleo de melaleuca (ou tea tree oil) na unha afetada, todo dia. Esse óleo essencial, extraído de uma árvore australiana, possui uma potente atividade antifúngica. O óleo de melaleuca possui algumas vantagens em relação aos antifúngicos convencionais porque consegue atravessar a membrana celular dos fungos com mais facilidade e exibe atividade em cepas, com resistência aos medicamentos.

Em seguida, após o óleo de melaleuca, coloque um pouco de Hipoglós na unha afetada. Hipoglós possui óxido de zinco numa base oleosa, que atua fazendo um tamponamento na superfície da unha. Com isso, há um aumento da penetração do óleo de melaleuca e um reforço na sua potência de combater os fungos.

Faça as medidas de auxílio para eliminar os fungos, por, no mínimo, 16 semanas. Unhas levam até 8 meses para se renovarem completamente. É preciso que o tempo de tratamento seja bem longo para que os fungos sejam eliminados completamente.

Existem algumas outras opções de tratamento não convencionais que podem ajudar a se livrar de uma micose renitente, mas demandam a orientação médica. Fitoterápicos com atividade imunoestimulante, por exemplo, aumentam a resistência do corpo aos fungos e podem ajudar quando os antifúngicos isoladamente não são suficientes para eliminar a infecção. Alguns trabalhos tem também sugerido a utilização de laser com luz infravermelha. Além de matar a maior parte dos fungos, os que eventualmente sobrevivem ficam com suas membranas celulares lesadas, facilitando a ação dos antifúngicos convencionais, ou de origem natural como a calêndula e a melaleuca. Uma aplicação de laser por semana, num total de 6 ou 8 sessões é o recomendável.

Cada tipo de unha também merece cuidados diferenciados. Isso se aplica de forma mais significativa à unha dos pés. Os pés passam a maior parte do dia dentro de sapatos, onde transpiram mais, sofrem mais atrito e microtraumas. A maior umidade nos pés, associada ao maior atrito, junta entre os dedos e nas reentrâncias das unhas, restos celulares que funcionam como meio de cultura para bactérias e fungos. Por isso, os pés acumulam o mau cheiro que chamamos de chulé.

Outro problema que ajuda a agravar as infecções nas unhas dos pés é de ordem circulatória. As extremidades são os locais mais distantes do coração, e onde o sangue precisa viajar mais nos vasos para chegar. Além disso, a drenagem através das veias é feita contra a força da gravidade. Esses fatores atrapalham as defesas orgânicas e do sistema inume na proteção da pele e seus apêndices, como as unhas, pois elas são feitas por anticorpos e glóbulos brancos que vem no sangue. Por isso, as micoses entre os dedos dos pés são bastante comuns. Vale conferir algumas dicas para proteger as unhas dos pés.

Lave bem os pés e depois seque com muito cuidado, entre os dedos e nas unhas também. A lavagem eficiente dos pés, com uma escova de cerdas suaves ajuda a remover os restos celulares que ajudam bactérias e fungos a proliferar. Em seguida, enxugar bem para reduzir a umidade, que facilita o surgimento de novos fungos e bactérias.

Aplique talco nos pés após secar, após o banho e ou quando vestir sapato e meias: O talco absorve a umidade e também reduz bastante o atrito. Tudo isso influencia dificultando o crescimento de fungos e bactérias locais. Há também menor formação de micro-lesões na pele e no entorno das unhas, o que significa menos portas de entrada. O uso de talco no pé duas ou mais vezes no dia vai proteger significativamente as unhas.

Evite ou reduza a quantidade de suor nos pés. Quando a pessoa sua muito nos pés, o suor vai gerar umidade e restos celulares, onde os fungos crescem, aumentando a chance de infecção das unhas. Reduzir o suor nos pés é fundamental, mas também é um objetivo difícil. Quem sua muito, faz isso por uma tendência genética. Evite meias grossas, calçados quentes e fechados, tênis, botas, no dia a dia. Ande com uma sandália na bolsa ou mochila e coloque se sentir calor nos pés. Ande também com talco, que pode ser colocado muitas vezes. O mentol e a cânfora inibem de forma significativa o suor nos pés. 

Auxilie a circulação local: A má circulação dos pés é um dos fatores que torna as micoses locais tão renitentes e imunes aos tratamentos. Quando a circulação melhora um pouco, os avanços são evidentes. Por isso, as medidas para melhorar a circulação nas pernas são fundamentais para expulsar os fungos. Recomendo elevar as pernas por 15 minutos, no meio da manhã e da tarde, fazer uma massagem com drenagem linfática nas pernas duas vezes na semana e usar regularmente um venotrópico como castanha-da-índia, para reforças as veias.

Faça um banho – escalda pés com ervas e óleos essenciais. Escalda pés é uma preparação tradicional usada para tratar muitos problemas, inclusive as micoses. Um escalda pés feito com hamamelis, calêndula, tomilho e chapéu de couro, usando 5 gramas de cada erva vai reforçar as defesas e ajudar a expulsar os fungos. Em seguida, duas e três gotas de óleo essencial de alecrim e capim limão vão completar a mistura. O escalda pés pode ser feito três vezes por semana.

Por Alex Botsaris, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializado em doenças infecciosas pelo Hospital Claude Bernard, de Paris, e em acupuntura e medicina chinesa pela Sociedade Internacional de Acupuntura, na França, e pela Universidade de Pequim, na China. É ex-presidente do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM, atual Abfit), ex-consultor de saúde e biodiversidade da Natura e um dos maiores conhecedores de plantas medicinais. Autor de livros como: “O Complexo de Atlas”, “Sem Anestesia”, “As Fórmulas Mágicas das Plantas”, “Segredos Orientais da Saúde e do Rejuvenescimento” entre outros.