IMAGEM 1
IMAGEM 2
IMAGEM 3
Termografia é uma técnica que diagnóstico que usa imagem das ondas infravermelhas emitidas pelo organismo para formar uma imagem da temperatura superficial da pele humana. A fotografia infra-vermelha foi inventada na época da II Guerra Mundial com intuito de identificar inimigos durante a noite. Após s II Guerra a técnica avançou com a sofisticação dos componentes eletrônicos. Em 1955, um médico canadense, Ray Lawson, usando instrumentos militares, mostrou que a fotografia infra-vermelha poderia ser empregada no diagnóstico de várias patologias. Ainda no Canadá, nos anos subseqüentes, o Dr. Barnes desenvolveu um termógrafo e comprovou sua eficácia no diagnóstico precoce do câncer de mama.
Veja o pdf sobre a termografia aplicada à acupuntura. (PDF)
As primeiras publicações médicas foram feitas na respeitada revista Lancet, em 1960-1 por Loyod Williams, com dois artigos sobre as aplicações da Termografia na medicina. Também vale citar as publicações de Colins e Barth, na área de reumatologia, consideradas um marco na ciência investigativa da Termografia moderna.
Hoje em dia a Termografia está sendo investigada de forma mais intensiva e surge como um excelente método de diagnóstico, com alta sensibilidade, para inúmeras doenças, sendo um eficiente screening para identificar pacientes com problemas potencialmente graves. É essa tecnologia que tem sido empregada para identificar pacientes com suspeita de infecção pelo vírus Ebola, nos aeroportos.
A grande vantagem da termografia é a sua simplicidade e baixo custo. Atualmente as máquinas de registro das imagens infravermelhas, com tecnologia de ponta como a desenvolvida para uso militar, podem ser adquiridas por um custo comparável a uma máquina fotográfica profissional, o que é imensamente menos que o valor habitual dos equipamentos utilizados em diagnóstico como radiologia ou ressonância. Isso permite que profissionais de saúde tenham o equipamento no consultório, e possam realizar o exame, durante a consulta, sofisticando as ferramentas de acompanhamento clinico dos pacientes. A simplicidade da realização do exame, equivalente à uma fotografia convencional, assim como a sua rapidez, facilitam mais ainda seu uso no dia a dia da medicina.
Do ponto de vista científico, a doença onde há mais literatura e evidências da validade do emprego na Termografia é o câncer de mama. Alguns autores defendem a substituição da mamografia digital pela termografia, como principal exame de screening na prevenção do câncer de mama. Segundo esses autores, a Termografia tem mais sensibilidade, podendo identificar tumores em fases iniciais de evolução, com um custo infinitamente inferior, e sem exposição à radiação.
Entretanto a lista de doenças que podem ter o diagnóstico feito ou auxiliado com o emprego da fotografia infravermelha é muito extensa. Inflamações, intecções, problemas circulatórios, problemas do aparelho locomotor e tumores são as principais. A Termografia ainda gera imagens multicoloridas que são até bonitas e de fácil interpretação, facilitando o médico apontar o local do problema ao paciente.
Na imagem 1 por exemplo é possível identificar o local de um câncer de mama, em pontos de coloração vermelha, na área demarcada pelo retângulo:
Os tumores malignos são densamente vascularizados, além de gerarem um aumento do fluxo sanguíneo nas regiões adjacentes. O maior fluxo de sangue aquece a região, que aparece em vermelho na foto (caracterizando temperaturas entre 35° e 37° C). Apenas tumores malignos da mama podem gerar imagens semelhantes a essas.
Já na Termografia que pode ser vista na imagem 2, e possível identificar uma área de temperatura elevada na pele (em vermelho e branco), na topografia do esôfago, numa mulher sofrendo de esofagite, inflamação causada pelo refluxo de ácido do estômago.
Na Termografia acima, a região de temperatura elevada do esôfago se continua com a região da prega da mama, que também, normalmente, tem a temperatura mais elevada, dando a impressão de um par de chifres de cabeça para baixo. Explica-se a temperatura elevada na pele, nesse caso, por um reflexo, mediado pelo sistema nervoso autônomo, que dilata mais os vasos da derme, elevando aí sua temperatura.
Não são apenas as áreas mais aquecidas que indicam as doenças. As vezes áreas com redução excessiva da temperatura, também indicam um problema no local. Nesses casos a coloração costuma ser o azul escuro, o roxo ou o preto, cores que caracterizam as temperaturas mais baixas na pele. A redução da temperatura da pele é vista em doenças onde há redução do fluxo de sangue para o local, ou ainda do metabolismo dos tecidos. A Termografia da imagem 3 é de um paciente com artrose nos joelhos:
Os joelhos aparecem com temperaturas mais baixas que o normal. Articulações costumam ser mais frias, mas nesse caso, comparando com outras articulações, os joelhos estão com temperatura ainda mais baixas, que aparecem na Termografia em azul escuro.
A explicação desse efeito é via um reflexo do sistema nervoso autônomo, que causa contração dos vasos na região da dor, secundária à artrose, gerando esse tipo de imagem. Nesse caso, o aspecto não é específico, podendo outros problemas de joelho, gerar imagens semelhantes.
Contando com esse novo instrumento de diagnóstico, poderá ficar mais fácil e ágil de se fazer diagnósticos, permitindo uma tomada de decisão médica mais adequada.