Por: Alex Botsaris
As primeiras publicações propondo a aplicação da Termografia em acupuntura e medicina chinesa surgiram no final da década de 70. A primeira publicação citada na base de dados Pubmed, do NIH (National Institute of Health), considerada a maior base de dados médicos mundial, foi na revista italiana Minerva Médica (Ceffa & Gandini, 1979). Nesse primeiro artigo os autores relatam resultados positivos do tratamento de 5 pacientes, portadoras de dor na mama, e a melhora clínica foi acompanhada de desaparecimento dos achados térmicos anormais. No ano seguinte os mesmos autores voltaram a publicar estudo de 36 pacientes portadores de escoliose dor crônica na coluna. A tremografia foi usada para identificar a área mais afetada, onde as agulhas foram inseridas (Ceffa, Chio & Gandini, 1980).
Em 1981 surgiu na literatura, o primeiro trabalho de um autor chinês. Nesse estudo a termografia da cabeça, em pacientes sofrendo de diferentes tipos de cefaléia, auxiliou na escolha do meridiano onde as agulhas foram inseridas (Wang, 1981). Em seguida demonstrou-se com termografia, que a dor causa alteração na temperatura da pele, que desaparece à medida que agulhas geram um efeito analgésico (Liao & Liao, 1985). Resultados semelhantes em dor foram relatados por Ernst & Lee (1985) publicando na respeitada revista Pain num estudo realizado com 19 voluntários sadios. Autores chineses ainda usaram a acupuntura para mapear pontos e meridianos de acupuntura, após estímulo elétrico de pontos (Zhu, 1988)
A pesquisa na Rússia sobre a utilização de termografia em acupuntura também foi uma das pioneiras. Karpova (1989) relatou os resultados de 11 pacientes com lesão traumática do nervo laringeu recorrente e disfonia, tratados com acupuntura orientada por termografia. Já Kirilov & Kostov (1994), sugerem que a termografia pode ser empregada na quantificação do estímulo ideal, a ser aplicado nas agulhas, para cada paciente.
Existem cerca de 120 artigos científicos, publicados em revistas indexadas, tratando do emprego da termografia em acupuntura, além de trabalhos não publicados (mas recuperáveis em diversas bases de dados), comunicações, palestras em congressos, monografias e teses de mestrado sobre o tema. Isso forma uma massa crítica respeitável de informações, que após serem organizadas e sistematizadas, dá subsídio ao seu uso clínico no consultório de acupuntura. Termografia desponta como uma das técnicas mais interessantes e promissoras para a acupuntura, pois permite a visualização de fenômenos geralmente considerados subjetivos, e, por isso, insuficientemente valorizados, mas fundamentais na medicina oriental (Vieira de Souza, 2014).
No grupo ligado à Associação Portuguesa de Termografia há muita informação clínica não publicada, que será disponibilizada no curso de Termografia. São informações de grande valia, e vale mencionar que estamos vivendo um momento da virada, onde cresce o interesse de médicos, pesquisadores e acupunturistas por essa área, de forma rápida e consistente.
Metade dos trabalhos sobre o tema foram publicados nos últimos 5 anos, e a curva da produção de conhecimento está com um comportamento exponencial. É o momento ideal para se atualizar e se capacitar para a revolução que essa nova tecnologia vai trazer no diagnóstico e na qualidade de atendimento (Vieira de Souza, 2014).
Usando a Termografia, conceitos como o equilíbrio entre Yin e Yang no corpo humano podem ser avaliados com mais objetividade. As manifestações de Yin e Yang podendo ser avaliada com parâmetros objetivos, aumenta a eficiência do tratamento em acupuntura (Zhao & Han, 2013).